Tem coisas que a gente até sabe, mas ignora pela vaidade…
Uma das features mais aclamadas do Microsoft Teams, para reuniões on-line, sem dúvidas, é a possibilidade de cada participante “mudar o fundo” do vídeo que está sendo capturado e transmitido pela câmera. É possível tornar o fundo “turvo”, ou ainda aplicar uma imagem qualquer transportando, pelo menos em intenção, qualquer um, para qualquer lugar, em qualquer momento.
O curioso é que eu, se fosse o responsável pelo produto, resistiria para disponibilizar esse recurso, pois, para mim, ele não funciona direito. O “fundo verdadeiro” fica visível no contorno da pessoa que está sendo filmada. Além disso, quando se está utilizando um fone de ouvido, ele, muitas vezes, é apenas parcialmente reconhecido, evidenciando ainda mais o problema que, para mim, seria inaceitável mesmo que para um produto mínimo viável.
Para mim, essa é uma lição prática de que, as vezes, há uma grande distância entre o que o mercado valoriza e o que um potencial time de produto considera relevante. Se eu trabalhasse na Microsoft e não conduzisse uma pesquisa de aceitação, estaria tolhendo a empresa de lançar um hit. Eventualmente, nessa competição para consolidação nesse “novo normal” meu “perfeccionismo” seria um problema.
Nesses tempos em que está todo mundo está trabalhando em casa, uma vontade comum parece ser “esconder a bagunça”. Para isso, a funcionalidade de “mudar o fundo funciona” muito bem. Aliás, perfeitamente!
“O que o cliente valoriza?” é uma pergunta que só pode ser respondida… pelo cliente! Tentar responder essa pergunta dentro de casa é uma “arrogância perigosa”.