23/05/2025

90% dos dados que você está arquitetando não são seus.
Você não é dono. Você é tutor.

Essa frase surgiu numa das sessões da mentoria de arquitetura corporativa que ministro dentro da empresa.
O alerta veio do Wendel, nosso especialista em segurança, no meio de uma discussão sobre responsabilidade no design de sistemas.
E pegou fundo.

A empresa não é dona da informação.
Ela tem a tutela.
Temporária. Condicionada. Limitada por propósito.
E, como lembrou o Wendel, com prazo de validade e contexto de uso bem definidos.

Não dá mais pra operar com a lógica do “vamos coletar tudo, vai que um dia precisa”.
Coletar um CPF exige base legal. Um número de telefone também.
Sem justificativa clara, é só uma violação com aparência de processo.

Projetar sistemas hoje é projetar limites.

  • Coletar menos.
  • Proteger por padrão.
  • Garantir que o titular possa acessar, corrigir, excluir.
  • E respeitar o contexto onde o dado foi coletado.

Dados não são ativos livres em circulação.
São bens sensíveis confiados temporariamente à empresa.
Quem falha nessa tutela, não falha só tecnicamente.
Viola confiança. Viola lei.

A mudança precisa começar na pergunta:
de “o que posso fazer com esse dado?” para “qual é minha responsabilidade por estar com ele agora?”

Ah, e os 90% são um palpite disfarçado.

23/05/2025

Como será que os desenvolvedores da Microsoft — os que estão por trás do Kestrel e do motor de regex do .NET — estão usando IA?

Repare: não estou falando de vibe coding, nem de exemplos bobinhos de autocomplete.
Tô falando de desenvolvedores sérios. De elite.

Stephen Toub e David Fowler estão anos-luz à frente da minha competência.
E quando esse tipo de gente fala, eu calo e escuto.
Você também deveria.

Eles mostraram como usam IA pra melhorar o desempenho do .NET em até 10x.
Corrigiram memory leaks, otimizaram código, automatizaram análise de comportamento.

Teve um caso em que a IA os levou a um método estatístico que eles nem sabiam que existia
e aquilo virou a chave pra resolver um gargalo de performance.
Simples assim. A IA viu o que eles não viam.

E isso não é “gerar código bonito”.
É IA entregando engenharia.
Com resultado. Com métrica. Com impacto.

Fiquei feliz — porque a abordagem deles se aproxima da que já aplico.
E mais feliz ainda — porque vi coisa nova.
Tipo como eles comparam versões pra detectar regressões silenciosas com apoio da IA.
Rigor. Disciplina. Zero mágica.

E é disso que a gente precisa falar: da IA que resolve.
Menos discurso, mais prática.

Tô organizando tudo que venho aplicando em método.
Pra replicar com minha equipe, com meus clientes de consultoria, com meus mentorados.

A talk deles foi um alívio e um empurrão.
Confirmei o que funciona.
Descobri o que pode funcionar ainda melhor.

Pra quem superar a preguiça e o cinismo disfarçado de “cautela”,
e usar IA com seriedade, o impacto é inevitável.
Já tá acontecendo comigo. Tá acontecendo com eles.
E podia estar acontecendo com você.

Outro dia, falei que o Satya Nadella disse que 30% do código da Microsoft já é feito com IA.
Teve gente que torceu o nariz.
Assiste a talk. Depois decide se o problema é a IA…
ou a sua falta de repertório.

Tô pronto pra começar uma nova turma de mentoria em arquitetura de software.
Pra desenvolver gente que desenvolve software — e não só código.
Gente que quer evoluir. Gente que tá pronto. Você tá?

Link para a palestra.

22/05/2025

Medida oficial, parte do pacote pra “fechar as contas de 2025”.

Segundo o Ministério da Fazenda, a ideia é reforçar a arrecadação e cumprir a meta fiscal de déficit zero — com uma margem de até R$ 31 bilhões.

E como sempre, a saída é rápida e unilateral.

Aumenta o IOF.
Dizem que atinge só quem viaja, quem compra do exterior, quem investe alto.
Só que não.

No fim, o custo volta no crédito, no serviço, no produto.
E adivinha quem paga? A gente — direta ou indiretamente.

A lógica é simples:
gastou demais, cobra mais.

No meu trabalho, ajudo empresas a fazer mais com menos.
Uso tecnologia como habilitadora.
Busco eficiência.
Eficiência, aliás, que nunca parece ser a meta do governo.

Imagina se eu fizesse o mesmo com meus clientes.
Planejei mal? Estiquei o orçamento?
Sem crise. Só aumentar o valor do contrato.

Meus clientes trocariam de fornecedor.
Eu também trocaria de governo — se pudesse.

E todo mundo pensando que o irresponsável era o Trump, por taxar produto estrangeiro.
E pensar que a promessa da campanha era comer picanha.

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