13/06/2025

O Salmo 101, de Davi, é um compromisso de convivência com Deus. É um convite à prática, à conversão verdadeira. Mas como conviver com alguém que pensa de forma diferente de nós? Que percebe o mundo por outras lentes? Como tornar essa convivência possível?

Estar com Deus exige mudança de atitude. Não de Deus, que é perfeito, mas de nós, que somos imperfeitos. E essa mudança, inevitavelmente, será difícil. O salmista reafirma seu compromisso com a justiça e a misericórdia, com uma vida pessoal íntegra, com a rejeição do mal e dos malfeitores, com a escolha de boas companhias e com o zelo por governos justos.

A convivência com Deus exige vigilância ativa. Requer afastar-se das tentações e das provações, não por orgulho, mas por necessidade. Implica buscar a companhia de quem partilha da mesma busca e, com respeito, afastar-se de quem não compartilha. Não por desprezo, mas para preservar a integridade. Não é fácil, mas é necessário. E somente com Deus isso se torna possível.

É grandeza ou apenas instinto de autopreservação revestido de teologia? É necessidade moral ou soberba espiritual? A resposta depende da honestidade da busca pela verdade e da preservação da humildade. Por isso, o crente ora e medita sobre a vontade de Deus, que não muda porque é eterna.

A convivência com quem faz escolhas diferentes pode aumentar as tentações, trazer provações, provocar faltas e, com elas, conduzir à queda. Mas esse afastamento não representa julgamento nem condenação. Não se trata de negar amizade, mas de reforçar a integridade.

Livre, de fato, é quem consegue escolher o que não deseja. Quem não consegue, torna-se escravo de seus próprios impulsos. E esses desejos imediatos, muitas vezes, sacrificam conquistas maiores. Isso não é abnegação, é escolha consciente.

O salmo é sobre grandeza. E o primeiro passo da grandeza é dominar-se. A santidade não exige isolamento, mas exige distinção relacional. É uma ideia universal, mas que só pode ser aplicada individualmente.

12/06/2025

Dia de Salmo 100. Curtinho. Um dos mais famosos. Um convite à gratidão alegre a Deus e também à adoração coletiva. Já foi cantado literalmente em um hino cristão famoso.

O salmo utiliza o paralelismo, técnica de repetição comum nos salmos para reforçar suas ideias. Trata-se de um texto inclusivo, que estende o senhorio de Deus a toda a terra, não apenas a Israel.

Mas surge uma pergunta: por que adorar ou agradecer a Deus por algo que parece essencial à sua natureza — isto é, criar, sustentar, cuidar? Deus não precisa da nossa gratidão. Mas nós, sim.

A gratidão autêntica não é bajulação, mas reconhecimento ativo de que, em um mundo que tende ao caos, há um ideal, representado em Cristo, que conduz à vida feliz. E, sendo a vida feliz, ela é naturalmente alegre. Assim, a gratidão torna-se ação.

Esse movimento é ao mesmo tempo psicológico e espiritual: uma tentativa de equilíbrio interior e também de conexão com o Todo. Ainda que Deus aja por sua essência, nós agimos por liberdade, e isso nos torna capazes de sentir, amar, agradecer.

A linguagem, por sua vez, falha em descrever plenamente esse mistério. Por isso o antropomorfismo, apesar de limitado, é recurso válido, desde que consciente. O essencial talvez não se diga: se vive. E esse viver, essa tentativa contínua de expressar o inefável, é a própria essência da gratidão descrita no salmo.

Agradecer, assim compreendido, é necessário: para não cair no cinismo, para não fazer da razão uma idolatria. Há um caminho entre a superstição e o vazio, e ele começa, talvez, com um canto de agradecimento.

12/06/2025

O telefone perdeu seu próprio lugar dentro do telefone.

E não é que o telefone, no telefone, é um aplicativo? Já faz tempo. E nem é a opção que uso por padrão para fazer ligações.

No meu celular, hoje em dia, faço mais chamadas pelo WhatsApp do que pelo próprio app do telefone. E não é por ser “de graça”, afinal, já não pago mais por ligações. É porque, geralmente, o “sinal” é melhor. A ligação não cai.

Agora, a Apple vai levar o aplicativo do telefone para o computador. Pois é.

O telefone foi realmente redefinido. Já faz tempo que tem hardware melhor do que a maioria dos computadores.

O telefone é um computador, pequenininho, com uma tela Multi-Touch. Só isso.

O nome “telefone” virou apenas uma lembrança. Como o “disquete” no botão de salvar. Nostálgico, mas fora de lugar.

Quantas vezes você ainda abre o app “Telefone”?

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12/06/2025

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