Pessoas diferentes têm realidades diferentes e, por isso, são impactadas pela crise de maneiras diferentes. Tenho consciência de que meu “jeito de funcionar” não se aplica a todos. Entretanto, talvez funcione para muitos!
No “meu mundo”, nesses tempos difíceis, a angústia maior não é causada ainda pelo que há de concreto, mas por tudo que há de incerto. Ou seja, a “dor” não está, por enquanto, na rotina alternativa ou nas restrições de agora, mas na consciência de que não é possível fazer previsões assertivas, nem mesmo palpites, do que está por vir nos próximos meses. O fato é que essa “realidade alternativa” talvez se mantenha por mais tempo do que todos desejamos – não adiantará resistir e será necessário adaptar!
Não acredito em “pensamento mágico”, por isso, não acho que simplesmente pensar positivamente vá fazer alguma diferença real. De qualquer forma, para preservar minha sanidade mental, estou me afastando deliberadamente de toda fonte de fatos novos que não seja realmente relevante. Além disso, estou tentando concentrar meu foco nas coisas que eu quero – isso sempre me ajudou a “enxergar” oportunidades.
Na empresa, estamos fazendo o máximo de trabalho “remunerado” possível. Felizmente, para nós, é viável. Não tenho palavras para expressar meu lamento por todas as operações que estão cessando, não por falta de vontade e empenho, mas por imposição do contexto.
Na verdade, na empresa, estamos trabalhando muito mais para que sejamos ainda mais percebidos como relevantes por nossos clientes. Os obstáculos impostos pelo isolamento e pelo distanciamento social estão nos forçando a achar jeitos novos de continuar fazendo o que já fazíamos – em muitos casos, agora, estamos fazendo melhor.
Pessoalmente, estou estudando mais, produzindo e compartilhando mais conteúdo, revisitando e ajustando minhas crenças, estruturando formas mais produtivas de trabalhar, resolvendo pendências acumuladas pelo descaso ou pela falta de tempo, etc.
Como líder, estou direcionando meu time a também produzir mais. Acredito realmente que é tempo de expormos mais nossas competências. Afinal, somos um time de experts e, seguramente, podemos e vamos fazer mais. Temos o dever moral de utilizar nossas competências, desenvolvidas por nossos méritos ou privilégios, para produzir e ajudar a produzir.
Minha luta, tem sido para desviar a atenção das coisas de menor relevância. Não acredito que seja tempo de sucumbir para o ócio – a menos que criativo. O caminho é preparar-se e, sempre que houver oportunidade, fazer com excelência.
Se você deixa o machado perder o corte e não o afia, terá de trabalhar muito mais. É mais inteligente planejar antes de agir. (Eclesiastes 10:10)
A ideia é “cortar o máximo de árvores” possível. Além disso, tenho feito o máximo para manter o “machado bem afiado”. Se você ainda “tem um machado”, recomendo que faça o mesmo! Se não tiver mais, lamentavelmente, recomendo que comece a procurar outra o mais cedo possível.
Para trás? Não mesmo. Nem mesmo para pegar impulso! Todos juntos sairemos mais fortes.