O banco onde sou correntista está demorando mais para processar recebimentos do que o usual. Ao conversar com meu gerente, entendi que o problema é que a operação demanda ação do escritório de São Paulo. Infelizmente, este escritório está sobrecarregado em função das modificações de funcionamento causadas pelo novo coronavírus.
Um dos jornais que mais gosto, devidamente assinado via App Store da Apple, parou de funcionar desde a última atualização do aplicativo. Parece que fui sorteado com um “bug surpresa”! Pedi ajuda ao suporte e fui informado que terei de esperar mais do que o usual. Afinal, o “suporte nível 2” está sobrecarregado em função das modificações de funcionamento causadas pelo novo coronavírus.
Requisitei informações da minha empresa, a EximiaCo, ao escritório de contabilidade. Parece que o setor responsável pelo atendimento da minha requisição está trabalhando em horário reduzido em função do novo coronavírus.
Um de meus clientes, no afim de reduzir custos, criou um CSC – centro de serviços compartilhados – para especializar atividades operacionais, maximizando eficiência. Infelizmente, esse CSC não consegue cumprir bem atividades de maneira remota. Tudo está parando, em função do novo coronavírus.
Nosso ministro da saúde falou sobre a dificuldade de adquirir equipamentos médicos. Segundo ele, como todo mundo compra da China, a capacidade do fornecedor não é suficiente para atender a demanda. Não temos equipamentos porque há demanda excedente causada pela novo coronavírus.
Especializar, com frequência, reduz custos. No lugar de deixar “todo mundo fazendo tudo”, geralmente, é barato ter “núcleos especialistas” para determinadas atividades. O problema é que a “especialização”, quase sempre, resulta em “centralização”. Neste aspecto, especializar é um problema! A centralização introduz pontos de falha que fragilizam o sistema. Em situações normais, especialização gera economia. Em situações de exceção, tudo para!
A culpa, senhores, não é do novo coronavírus. Mas, sim, da “especialização” mal feita, simploriamente implementada com práticas de “centralização”.