Você ainda acredita em estimativas? Nós, não.
Embora aceitemos que ter uma boa ideia de esforço e prazo sejam diferenciais para o negócio, deixamos de acreditar que temos condições de sermos assertivos através de estimativas.
Um mundo onde estimar é obrigatório
Durante muito tempo, na Guiando, acreditávamos que nossa baixa assertividade estava associada a qualidade do detalhamento das features que desejávamos entregar. Depois, passamos a acreditar que o problema era nossa base histórica. Depois, acreditávamos que o problema era o nosso método de trabalho. No fim, voltávamos ao começo…
Já tentamos de tudo. Já colocamos bons especialistas trabalhando junto ao time de negócio para deixar nossos descritivos mais claros. Já estimamos com base em pontos de função. Já juntamos nosso time em uma sala para “brincar” com planning poker. Entretanto, no final, continuávamos errando miseravelmente.
Nossa ânsia em estimar certo foi tornando nosso processo cada vez mais caro. Chegamos a gastar horas valiosas de trabalho em reuniões “planning” e de “review”. Mas, na prática, continuamos falhando.
Hoje, acreditamos que um mundo onde estimar é obrigatório é aquele onde migramos de uma abordagem para outra, muitas vezes mais exótica e mais cara, mas sem garantias de sucesso e com quase certeza de fracasso.
Por que paramos de estimar?
Em termos simples, porque entendemos que não é possível estimar assertivamente. Mesmo que fosse, seria pouco útil.
Na prática, percebemos que a ideia de esforço que a área de negócios busca tem de ser bem menos precisa do que achávamos (se a empresa cobra custo + margem, está fazendo errado). Percebemos que questões como o “custo de não ter uma feature” são mais relevantes do que o custo de desenvolver a feature.
Finalmente, vimos que a priorização tem muito mais impacto nos prazos de entrega do que os tempos de desenvolvimento (que podemos estimar).
O que estamos fazendo
Ainda fazemos estimativas para a área de negócio. Mas, agora, falamos em ordens de grandeza aproximadas e não em horas precisas (Sabemos que são estimativas, mas elas estão muito mais leves).
Aceitamos que os requisitos mudam. Também passamos a aceitar que as prioridades mudam. Isso é normal! Por isso, é mais prático trabalhar com deadlines (limitações de prazo e orçamento) do que com ideias fantasiosas de esforço e prazo.
Para sermos mais precisos, estamos focando em melhorar o processo como um todo. Aprendemos que o grande desafio é minimizar a variabilidade (tema para outro post) em nossas entregas e também entregar de forma mais frequente.
Hoje, olhamos com muita atenção para o leadtime, para o cycletime e para o throughput. Procuramos mais eficiência global do que local. Queremos gerar mais valor no todo do que em cada tarefa individualmente. E usamos essas métricas para medir o processo e acompanhar se tudo está caminhando bem.
Você ainda acredita que vale a pena estimar? Compartilhe por que pra você faz sentido (ou por que não!) nos comentários.