Imagine um Júnior que nunca dorme, nunca reclama, entende instruções em linguagem natural e entrega código em minutos. Sem onboarding, sem café, sem stand-up — e o “melhor de tudo”: sem pedir aumento.
Esse é o Codex, da OpenAI.
Você conecta um repositório, descreve o que quer — uma tarefa, uma feature, um bug, ou várias histórias paralelas — e pronto. Pode ser algo simples, como se estivesse falando com um único Júnior. Ou algo maior: várias tarefas, vários branches, com múltiplos agentes trabalhando em paralelo, como um squad inteiro operando no piloto automático.
Hoje de manhã, por exemplo, pedi a correção de um bug, a atualização de uma dependência e a inclusão de uma feature. Quatro minutos depois: pull requests entregues, testes passando. Nem deu tempo de levantar da cadeira.
Os “agentes” do Codex pegam o trabalho, executam e entregam. Sem drama. Sem reunião. Sem bug no ego.
Em tempos de trabalho remoto, a diferença entre delegar algo para um dev do outro lado do mundo ou para uma IA começa a evaporar. Ou melhor: há uma diferença, sim — a IA entrega em minutos, não em dias. E custa menos do que o cafezinho mensal da equipe.
Quer saber o nível desses agentes? Para mim, são como um bom Júnior — daqueles raros, que leem, entendem e fazem. Só que em escala. E sem burnout.
E aí vem a pergunta que ninguém quer fazer: se a IA é o novo Júnior… pra onde vai o resto da cadeia? Estamos flertando com uma “juniorização” geral. O pleno vira Júnior. O sênior vira pleno. E o Tech Lead? Talvez o novo cargo da moda seja Tech Lead de agentes de IA — o profissional responsável por dar feedback para bots e fazer code review de pull requests gerados por máquina.
Não estamos falando só de automação. Estamos vendo uma reconfiguração completa da estrutura de trabalho.
O jogo mudou. A hierarquia também.