Felicidade é uma coisa ótima. Tanto que, geralmente, nos sentimos plenos, inclusive, quando fazemos alguém feliz – não necessariamente a nós mesmos.
Uma sociedade cresce bem quando homens velhos plantam árvores que vão criar uma sombra na qual eles nunca sentarão
(antigo provérbio grego)
Os gatilhos para a felicidade são diversos e a discussão filosófica sobre o tema já tem, literalmente, milênios. Entretanto, em minha avaliação pessoal, a felicidade aparece quando há equilíbrio, ou seja, quando nada sobra, nem falta.
Estamos em um período onde, todos, de alguma maneira, tem de lidar com excedente. Seth Godin compartilhou, recentemente, um excelente raciocínio sobre esse tema. Entretanto, é curioso como o que excede aqui, falta lá. Talvez, como sociedade, consigamos mais felicidade efetivamente atuando nisso.
As bases para uma vida feliz, em minha interpretação, tem raiz no equilíbrio de quatro bases:
- Saúde em dia, para viver bem e conseguir dar sequência a coisas que queremos fazer. Afinal, nada pior do que uma alteração repentina nisso (Se perceber saudável hoje, doente amanhã. Ter alguém presente hoje, partindo poucos meses depois)
- Espiritualidade resolvida, seja para crer em Deus ou para não crer em nada. Entretanto, em paz com as escolhas do que acreditar ou duvidar.
- Afetividade plena, ricamente acompanhado com o outro ou suficiente na companhia de si mesmo.
- Convicção de propósito, com clareza do que fazer hoje e objetivos a alcançar.
Sem essas quatro bases, considero a felicidade continuada algo difícil, senão impossível. De certo, todas elas são satisfeitas de forma transitória e, de maneira muito frequente, estão “insuficientes”.
Quando algo “sobra”, em qualquer uma dessas bases, a felicidade escapa facilmente. Por outro lado, quando o meu excedente completa o que falta para o outro, a felicidade multiplica.
Tenho o privilégio de conviver em uma amplitude grande de comunidades, desde as muito desfavorecidas até as mais abastadas. Já acordei em casas pobres onde o simples é bastante e, no mesmo dia, adormeci em hotéis onde, no café da manhã, no Brasil, todos falavam idiomas alheios ao nosso. No fim, todos buscam a mesma coisa – só, com frequência, ignoram isso.