A performance organizacional tem íntima relação com a agilidade e assertividade com que as decisões são tomadas. Isso é especialmente válido para a área de tecnologia.
Decisões quanto a comprar ou desenvolver software, atribuições de responsabilidades, cortes de custos ou investimentos são apenas alguns dos tópicos importantes para toda a organização. Entretanto, são especialmente críticos para a área de tecnologia em um mundo cada vez mais VUCA.
Não é raro que decisões desastrosas quanto à tecnologia sejam tomadas por gente com ilusão de competência e autoridade irresponsável. O problema, embora óbvio, nem sempre é percebido: a ausência de uma matriz decisória eficaz.
Aspecto crítico e determinante para a performance organizacional, a matriz decisória delimita autoridade e estabelece accountability. Mal definida, faz com que as pessoas erradas tomem decisões importantes e incentiva uma “caça às bruxas” sempre que algo dá errado.
Quando a matriz decisória não está claramente definida, dá falsa impressão de que todo mundo pode decidir qualquer coisa quando, na verdade, ninguém decide nada. Se está concentrada na alta gestão, converte-a em gargalo. Por outro lado, quando está diluída e descentralizada, gera redundâncias e ineficiências. Por isso, para o bem da performance organizacional, precisa ser responsavelmente balanceada.
É papel da alta gestão de tecnologia explicitar a matriz de decisão e conseguir o patrocínio executivo para que as pessoas certas, nos lugares certos, tomem as decisões relacionadas aos aspectos tecnológicos do negócio. Ao C-Level da área, devem caber as decisões quanto aos direcionadores e motivadores estratégicos. Já a gestão da rotina deve ser diluída de maneira ponderada nos times, conforme a cultura da empresa.
Decisões relacionadas à tecnologia impactam o negócio e obviamente devem ser compartilhadas, sempre que possível. Entretanto, não devem ser tomadas à revelia sem ponderação e orquestração de especialistas, pois decisões ruins tendem a custar cada vez mais caro.
O custo do amadorismo, sobretudo para as decisões importantes, vai muito além da perda da agilidade e da assertividade. Na prática, não raro, coloca a continuidade em risco – mesmo para organizações sólidas.