Expectativa

Uma projeção do ser para o futuro.
Uma antecipação do que ainda não é.
E talvez nunca seja.

Nasce da consciência do tempo.
Só quem percebe o amanhã pode esperar.
E, ao fazê-lo, corre o risco de não viver o hoje.

Assim nasce a frustração,
quando a realidade não alcança o que a expectativa ousou projetar.
O espanto também.
Ambos brotam do descompasso entre o que é
e o que esperávamos que fosse.

Expectativa, esperança e medo são irmãs.
Todas nascem da imaginação do futuro,
da incerteza sobre o que ainda não é.

Esperança é a alegria que carrega a ideia de um futuro incerto.
Medo é a tristeza que carrega essa mesma ideia.

Quando esperamos, deixamos o presente nas mãos do acaso.
E chamamos de destino o que talvez seja apenas incerteza.

No último sábado, participei de duas sessões AMA (Ask Me Anything) na Codecon. No lugar de uma palestra, uma breve introdução e espaço para perguntas livres do público. Em uma delas, eu respondia. Na outra, vi meu amigo Martin Spier respondendo. E a inteligência artificial foi determinante na minha experiência. Deixa eu te explicar.

Tenho um Plaud, então resolvi gravar a sessão do Martin. As perguntas foram incríveis, e as respostas dispensam comentários. Martin é um cara fora dos padrões. Terminada a sessão, fiz a transcrição e gerei o resumo. Plaud usa IA e produz bons resumos, mas eu gosto mais dos que eu mesmo faço. Então, peguei o texto e fui para o AISTUDIO.

Para começar, pedi para a IA identificar falhas evidentes na transcrição e sugerir o que provavelmente seria o correto. Depois, fiz ajustes finos. Pronto. Em seguida, pedi que gerasse a relação completa das perguntas e respostas da sessão. O texto deixou de ser apenas uma transcrição direta e ficou muito mais agradável de ler.

Aqui, já havia material suficiente para valer o esforço. Percebi quantas perguntas e respostas riquíssimas eu havia simplesmente esquecido. Mas resolvi ir adiante. Pedi para a IA gerar uma lista de insights e takeaways. Ela gerou — excelentes, aliás. Depois, solicitei um glossário com todos os termos mencionados, ajudando na construção de uma linguagem ubíqua (ou linguagem compartilhada entre os participantes).

Na sequência, pedi para criar uma tabela mostrando as relações entre os conceitos. Ontologia! Por fim, solicitei uma descrição do perfil do Martin com base em suas respostas. Uma persona completa. Incrível. Compartilhei o resultado com ele, como gentileza. Não compartilho aqui por respeito ao evento e ao próprio Martin.

No fim, percebi: a IA não substitui curiosidade, amplifica. É o olhar humano que transforma dados em aprendizado. Quer saber como fazer igual?

Jeremias 8. Continuação do discurso do templo.

A mensagem é direta: a rebeldia espiritual conduz à ruína coletiva. Jeremias fala como testemunha da queda moral de uma nação que rejeitou a correção divina.

Há um contraste entre natureza e moralidade. Enquanto os pássaros seguem os ciclos da criação, o homem, dotado de razão, desvia-se, e o mundo se desordena com ele. A falta de frutos é mais que agrícola; é espiritual. A nação tornou-se estéril de justiça.

Da desordem cósmica à corrupção ética, o profeta descreve um mesmo movimento de queda. Falsos líderes oferecem paz ilusória e o povo prefere o conforto da mentira à verdade amarga. Jeremias 8 denuncia a ilusão compartilhada, quando a mentira vira sistema e a consciência se corrompe.

O chamado é moral e existencial. O arrependimento começa com lucidez diante da queda. A dor revela a ausência de Deus, mas também convida ao retorno. Jeremias é figura do próprio Deus ferido, aquele que ama e sofre por amor rejeitado.

Em Jeremias, Deus chora. E o choro é chamado à conversão.