Chego ao capítulo 6 dos Cânticos de Salomão.
Um livro que trata do amor em várias dimensões: entre homem e mulher, entre Deus e Seu povo, entre o Espírito e a alma. Sempre erótico, mas nunca vulgar.
Aqui a amada é exaltada. Não apenas bela, mas única. Seu poder não está só na forma, mas no fato de ser incomparável. O texto usa imagens que soam estranhas para nós, mas que, no contexto, revelam grandeza, singularidade, majestade.
O jardim aparece como símbolo da fertilidade, da intimidade, do lugar onde o amor é cultivado em segredo. A dança, como espetáculo e fascínio, revela o movimento irresistível do amor que não se explica, só se sente.
Mas o Cântico não se limita ao humano. Em outro nível, o noivo é Deus, e a noiva, Seu povo. É a imagem de um amor que não apenas atrai, mas eleva. Um amor irresistível, que transforma ao ser reconhecido.