24/12/2025

Esses dias eu vi uma análise sobre a trajetória recente da Microsoft que me chamou atenção por um motivo específico. Não era sobre produtos. Nem sobre tecnologia isolada. Era sobre algo mais silencioso, mas muito mais poderoso: comunidades. Quanto mais eu pensava nisso, mais tudo parecia se encaixar.

Quando Satya Nadella assume como CEO, em 2014, a Microsoft não parecia uma empresa derrotada tecnicamente. Parecia uma empresa desconectada. Tinha produtos, tinha escala, tinha dinheiro. O que ela não tinha mais era pertencimento. Desenvolvedores estavam em outros lugares. Profissionais se organizavam em outras redes. Usuários já não se viam “dentro” da Microsoft.

O primeiro movimento simbólico vem com o Minecraft. Não foi só uma compra de IP. Foi a aquisição de uma comunidade global, criativa, orgânica. E o detalhe mais importante: a Microsoft não tentou capturá-la à força. Manteve o jogo multiplataforma. Respeitou o ecossistema. Preservou a confiança. Ali, parece ter surgido um padrão: comprar comunidades, não sufocá-las.

Esse padrão fica ainda mais claro com o LinkedIn. Em 2016, a Microsoft não comprou uma rede social. Comprou o maior grafo de identidade profissional do mundo. Pessoas, carreiras, relações de trabalho. E, novamente, não houve imposição. O LinkedIn continuou sendo LinkedIn. Independente. Autônomo. Crescendo. O valor não estava apenas na receita, mas na densidade daquela comunidade.

O GitHub segue exatamente a mesma lógica. Em vez de adquirir uma ferramenta, a Microsoft adquiriu a casa dos desenvolvedores. Código aberto, colaboração, reputação técnica. A reação inicial foi de desconfiança. Mas, mais uma vez, a empresa manteve a comunidade intacta, investiu nela e deixou que crescesse. O Copilot não nasce do nada. Ele emerge dessa comunidade viva, ativa, produtiva.

A Nuance amplia essa visão para outro domínio. Não é apenas uma empresa de software médico. É uma comunidade de médicos, hospitais e práticas clínicas, onde linguagem, contexto e confiança são essenciais. A Microsoft entra ali não como dona do processo médico, mas como infraestrutura silenciosa que sustenta e amplifica essa rede.

No gaming, o raciocínio se repete. Minecraft, Bethesda, Activision. Não é só conteúdo. São milhões de pessoas conectadas por experiências, hábitos, tempo de atenção. A Microsoft não tenta empurrar essas comunidades para um único hardware. Ela conecta essas comunidades a um serviço, a uma infraestrutura, a uma lógica de recorrência.

Até a aposta em IA segue esse mesmo desenho. O investimento na OpenAI não é apenas tecnológico. É a conexão com uma comunidade de pesquisadores, desenvolvedores e empresas que constroem em cima desses modelos. A IA vira o elemento transversal que atravessa todas as comunidades já existentes: profissionais, desenvolvedores, médicos, gamers.

Quando se olha tudo junto, a estratégia parece menos sobre “vencer mercados” e mais sobre compor ecossistemas humanos. A Microsoft não está tentando ser o centro visível de tudo. Ela está tentando ser o tecido que conecta tudo. Comunidades independentes, mas interoperáveis. Autônomas, mas integradas por infraestrutura, dados e IA.

Talvez seja isso o mais interessante dessa história. A virada da Microsoft não começou com um produto revolucionário. Começou com uma decisão silenciosa: parar de tentar controlar usuários e passar a sustentar comunidades. O resto veio como consequência.

E isso, convenhamos, é uma lição que vai muito além da tecnologia.

24/12/2025

Atalaia é o vigia. A sentinela posicionada no ponto mais alto da cidade para observar o horizonte. Sua função nunca foi lutar, convencer ou decidir. Era ver antes, discernir o perigo e avisar. Se o alerta fosse dado e ignorado, a responsabilidade cessava. Se o alerta fosse omitido, a culpa recaía sobre ele.

Em Livro de Ezequiel 3, essa função ganha peso moral. Deus estabelece Ezequiel como atalaia espiritual. Alguém que percebe riscos éticos antes que se tornem catástrofes visíveis. Aqui, o problema não é errar a leitura. É calar sabendo. Conhecimento cria responsabilidade. Revelação gera obrigação.

A reflexão para hoje é desconfortável. Vivemos cercados de sinais. Dados, indícios, padrões, consequências previsíveis. O que falta não é informação. É coragem. O atalaia contemporâneo não é quem fala mais, mas quem fala quando o silêncio começa a se tornar cumplicidade. Não grita o tempo todo. Observa. Discerni. E rompe o silêncio quando o limiar é ultrapassado.

O texto bíblico faz um deslocamento decisivo. A pergunta não é “vão me ouvir?”. É “posso me calar depois de ter visto?”. O atalaia aprende que não controla resultados, apenas fidelidade. Ele aceita o custo de falar e a dor de não ser ouvido. Porque há um peso maior do que a rejeição externa. É o peso de conviver consigo mesmo após ter escolhido o silêncio.

24/12/2025

Ezequiel 2 muda o registro. Se no capítulo 1 o profeta foi esmagado pela visão, aqui ele é levantado pela voz. O texto não abandona o cenário do exílio. Ele o aprofunda. A glória aparece fora do templo. Agora, a missão nasce fora do aplauso. O chamado não procura um palco. Procura um chão.

Deus o trata por “filho do homem”. Não é carinho. É medida. Entre o trono e a poeira, Ezequiel precisa lembrar de que lado está. E então vem a ordem: fica em pé. Mas Ezequiel não se ergue por disciplina. O Espírito entra e o coloca de pé. A vocação profética não começa com coragem. Começa com sustentação. Há tarefas que a vontade não aguenta.

O destinatário é descrito sem romantismo. “Casa rebelde”. Rostos duros. Corações obstinados. O texto insiste. Não é apenas gente confusa. É gente resistente. Por isso, Deus redefine sucesso. Ezequiel falará “quer ouçam, quer deixem de ouvir”. A palavra não é condicionada à receptividade. O profeta não é gerente de resultado. É guardião de fidelidade. E, no fim, mesmo que rejeitem, ficará registrado: havia um profeta no meio deles.

A proteção oferecida é estranha. Não é “vou mudar o povo”. É “não temas”. Espinhos e escorpiões. O ambiente vai ferir. Vai intimidar. Vai pressionar por silêncio ou por adaptação. E o comando central aparece com uma ironia dura: não sejas rebelde como eles. Porque dá para resistir a Deus de duas maneiras. Negando a mensagem. Ou “melhorando” a mensagem até ela não doer mais.

Então o capítulo prepara o gesto decisivo. Um rolo. Escrito por dentro e por fora. Cheio. Sem espaço para edição. E o conteúdo não é confortável: lamentações, suspiros e ais. Antes de falar, Ezequiel terá de comer. A boca que anuncia precisa ser a mesma que engole. O profeta não entrega opiniões. Entrega algo que o atravessou.

Ezequiel 2 ensina um princípio simples e difícil. Há chamadas que não dependem de aceitação, só de obediência. E há verdades que não podem ser ditas por quem não as digeriu. A pressa quer falar logo. A vocação manda primeiro escutar. Porque, quando a palavra vira só discurso, ela perde peso. Quando vira alimento, ela vira testemunho.

Curso Reputação e Marketing Pessoal

Masterclasses

01

Introdução do curso

02

Por que sua “reputação” é importante?

03

Como você se apresenta?

04

Como você apresenta suas ideias?

05

Como usar Storytelling?

06

Você tem uma dor? Eu tenho o alívio!

07

Escrita efetiva para não escritores

08

Como aumentar (e manter) sua audiência?

09

Gatilhos! Gatilhos!

10

Triple Threat: Domine Produto, Embalagem e Distribuição

11

Estratégias Vencedoras: Desbloqueie o Poder da Teoria dos Jogos

12

Análise SWOT de sua marca pessoal

13

Soterrado por informações? Aprenda a fazer gestão do conhecimento pessoal, do jeito certo

14

Vendo além do óbvio com a Pentad de Burkle

15

Construindo Reputação através de Métricas: A Arte de Alinhar Expectativas com Lag e Lead Measures

16

A Tríade da Liderança: Navegando entre Líder, Liderado e Contexto no Mundo do Marketing Pessoal

17

Análise PESTEL para Marketing Pessoal

18

Canvas de Proposta de Valor para Marca Pessoal

19

Método OKR para Objetivos Pessoais

20

Análise de Competências de Gallup

21

Feedback 360 Graus para Autoavaliação

22

Modelo de Cinco Forças de Porter

23

Estratégia Blue Ocean para Diferenciação Pessoal

24

Análise de Tendências para Previsão de Mercado

25

Design Thinking para Inovação Pessoal

26

Metodologia Agile para Desenvolvimento Pessoal

27

Análise de Redes Sociais para Ampliar Conexões

Lições complementares

28

Apresentando-se do Jeito Certo

29

O mercado remunera raridade? Como evidenciar a sua?

30

O que pode estar te impedindo de ter sucesso

Recomendações de Leituras

31

Aprendendo a qualificar sua reputação do jeito certo

32

Quem é você?

33

Qual a sua “IDEIA”?

34

StoryTelling

35

Você tem uma dor? Eu tenho o alívio!

36

Escrita efetiva para não escritores

37

Gatilhos!

38

Triple Threat: Domine Produto, Embalagem e Distribuição

39

Estratégias Vencedoras: Desbloqueie o Poder da Teoria do Jogos

40

Análise SWOT de sua marca pessoal

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