Jeremias 47. Curto. Sete versículos. Oráculo contra os Filisteus.
Os filisteus ocupavam o litoral: Gaza, Ascalom, Asdode. Gaza ainda é Gaza, a mesma que aparece nas notícias. Um território que atravessa séculos como corredor de guerra, comércio e disputa. Não há continuidade étnica direta com a Palestina moderna, mas o nome “Palestina” vem de “Filistina” (Terra dos Filisteus).
A profecia vem antes da queda. Antes da tomada de Gaza por Faraó Neco II. Quando ainda há exército, muralhas e confiança. Os filisteus não caem por iniciativa própria. Caem como consequência. Estão no caminho. A geopolítica passa por cima.
A imagem das “águas do Norte” é forte. Falam da Babilônia. Elas sobem e não pedem licença. Arrastam tudo. Guerreiros, cidades, pais e filhos. O colapso não é heroico. É paralisante. Quando sistemas falham, até quem deveria proteger não consegue reagir.
A espada do Senhor não descansa. Não é celebração da violência. É a afirmação de que a história tem direção. Nem sempre somos o alvo. Às vezes somos o efeito colateral.