Carta. Jabuticaba. Tornozeleira. Circo Binacional.
Trump rosna tarifas.
Lula responde com fruta.
Bolsonaro assina embaixo da humilhação.
Todos aplaudem a própria encenação.
Enquanto o dólar dispara, eles encenam soberania com figurino de palhaço.
Pirotecnia lá. Piada cá. Desgoverno nos dois.
Trump usa o Brasil como bode eleitoral.
Lula usa Trump como escada de popularidade.
Bolsonaro, ao fundo, bate continência para os dois.
Não é política.
É performance.
Não é estratégia.
É vaidade tarifada.
De um lado, a ameaça. Do outro, a piada. E o Brasil de joelhos, entre o tapa e o riso.
A verdade não gosta de palco. E o povo não vive de memes.
Trump quer votos com tarifa.
Lula quer aplausos com sarcasmo.
Bolsonaro quer anistia com tornozeleira.
Nenhum quer enfrentar o que importa:
o colapso da confiança, o estrago nas exportações, a bomba na economia.
Lá, um narcisista armado com poder.
Aqui, um comediante que brinca de geopolítica.
Ao centro, um réu buscando salvação por correspondência.
Espetáculo. Todos no palco. E ninguém no comando.
Trump ameaça o mundo como quem ameaça um garçom: “Tragam respeito ou trago o caos.”
Lula se faz de ofendido, mas adora o conflito.
Bolsonaro aproveita a confusão e tenta se pintar de perseguido internacional.
O resultado?
Um país em frangalhos servindo de cenário para três egos inflamados.
Confusões. Gente confusa. Confundindo. Confundidos.
Trump quer guerra para esconder o vazio de propostas.
Lula quer show para esconder o vazio de entregas.
Bolsonaro quer holofote para esconder o acúmulo de condenações.
Todos querem distração.
Todos jogam para a claque.
Todos usam o povo como escudo e moeda.
Essa é a nova geopolítica: um teatro sujo com plateia faminta.