Este post foi originalmente publicado em meu linkedin. Aqui, revisado e ampliado.
Conclui a leitura de um livro fascinante – The Peter Principle: Why Things Always Go Wrong. Trata-se de uma sátira, bem humorada, escrita em 1969 por Lawrence J. Peter e Raymond Hull.
No livro, encontramos um formato lembra uma pesquisa séria. Mas, todos os exemplos são falsos! Entretanto, tudo parece lembrar assustadoramente a realidade – tanto que vem sido discutido seriamente.
O que diz “o princípio de Peter”?
O princípio de Peter pode ser postulado assim:
In a Hierarchy Every Employee Tends to Rise to His Level of Incompetence
Obtendo um lamentável desdobramento:
Work is accomplished by those employees who have not yet reached their level of incompetence.
Entendendo…
O que assusta é o quanto a teoria, apresentada como uma brincadeira, parece fazer sentido.
Não é difícil, em nosso cotidiano, ver casos reais que substituiriam sem prejuízo os “casos inventados” presentes na obra. Quantas vezes já ouvimos coisas como: “Fulano era um ótimo técnico, agora é um péssimo gerente“?
Segundo o princípio, quando você é muito bom em alguma coisa, você é frequentemente reconhecido com uma promoção para algo em que você não é tão bom. O ciclo continua até que você seja responsável por algo em que é terrível.
Uma vez promovido a seu “nível de incompetência”, você dificilmente será demitido ou mesmo substituído. No lugar disso, outras pessoas vão trabalhar “contornando você”. Não será demitido porque provavelmente sabe um bocado sobre o negócio, ou porque as pessoas simpatizam com você (por parecer tão esforçado), ou porque as as pessoas que julgam você também chegaram no “nível de incompetência” delas.
No “nível de incompetência” você passa a ser julgado pela hora que chega no escritório, por suas relações. Apenas os *muito* incompetentes são demitidos. Ironicamente, os “super-competentes” também saem por fazer todo o restante parecer ruim.
The Hierarchy must be protected at all costs
Leitura agradável, porém perturbadora. Não é mesmo?!
Concluindo
Muito mais do que um prognóstico, considero o livro um bom alerta. Serve para que estejamos atentos a nossos ambientes e, principalmente, a nossas carreiras. Podemos até chegar em nosso “nível de incompetência”. Mas, permanecer nele é escolha nossa. Afinal, o mercado de hoje é muito dinâmico e perceptivelmente carente de gente boa naquilo que faz.
O que você acha?
Capa: Levi Saunders