Começo meu dia com o Salmo 125. Cântico de confiança.
Reconhecimento de uma proteção real, física e espiritual, concedida aos que creem.
Quem confia no Senhor é firme. Mas o salmo vai além.
Afirma que quem crê está cercado. Protegido por Deus.
Acredito nisso.
Mas o mal ronda esse cerco.
Observa. Provoca. Tenta.
Não o rompe pela força.
Entra por convite. E nós convidamos.
Abrimos mão da proteção porque flertamos com o mal.
Atraímos o que deveríamos resistir. E nisso nos entregamos.
Afastar o mal é mais difícil do que impedir sua entrada.
Não para Deus. Para nós.
Projetamos nossa fraqueza sobre Ele.
Mas basta uma palavra e estamos salvos.
Cristo disse essa palavra. E pagou o preço.
Ele tomou sobre si a consequência dos nossos desvios.
Graças a Ele, o fim reservado aos que seguem caminhos tortuosos não se cumpre em quem se volta.
Desde que se volte. Desde que haja arrependimento.
Porque Deus é fiel. Não força a saída. Não força a volta. Não remove o mal à força.
Espera. Respeita. Mais do que nos respeitamos.
A restauração do cerco vem pelo arrependimento.
Mas nós resistimos. Somos orgulhosos.
A salvação está ali. Mas não se impõe. É dom.
Arrepender-se não é conquista. É graça.
Sem o Espírito, o homem nem percebe que se afastou.
E se não percebe, não volta. Mas se volta, é porque já foi alcançado.