Começo meu dia com o Salmo 116. Um cântico de gratidão de quem foi ouvido por Deus no momento da angústia. “Amo o Senhor, porque Ele ouviu a minha voz.” Essa é a frase que me orienta.
O salmista não escreve a partir da segurança, mas do abismo. Ele esteve à beira da morte, cercado de dor e medo. Clamou. E foi atendido. Essa lembrança sustenta a confiança.
Deus não escuta por mérito, mas por misericórdia. A fé nasce quando lembramos disso. A memória do que Deus já fez é a raiz da esperança. Por isso retorno à Palavra. Ela não me distrai. Ela me ancora.
Este salmo é também um compromisso. O salmista quer cumprir seus votos diante do povo. Gratidão que se cala não é inteira. Por isso torno minha fé visível, como resposta à graça recebida.
A misericórdia de Deus não retira o sofrimento, mas entra com ele. O salmo não nega a dor. Ele a atravessa. E nela escolhe confiar.
Por isso oro. Não por garantia, mas por memória. Porque já fui ouvido. E isso basta para continuar.