Ontem peguei um artigo científico. Denso. Daqueles cheios de demonstrações, com matemática muito além do trivial. E ainda por cima, escrito em alemão.
No passado, algo assim seria um desafio de meses. Conhecimento útil, mas nada acessível. O que eu fiz? Usei o NotebookLM, uma ferramenta de IA que responde só com base nos textos que você fornece, sempre mostrando de onde tirou cada resposta.
O resumo saiu bom. Fiz perguntas em português e recebi respostas no mesmo idioma. Depois pedi para gerar um podcast. Esperei 15 minutos e recebi 22 minutos de áudio, leve, descontraído e fácil de entender. Escutei, entendi, aprendi.
Muita gente insiste em dizer que IA é uma bolha. Mas uma bolha acontece quando o preço de algo sobe apenas por expectativa, sem entregar valor real. No caso da IA, eu já vi valor concreto: o que levaria meses, aprendi em uma tarde.
É verdade que muitas empresas de IA estão operando sem lucro. Mas o mesmo aconteceu com a Amazon, que passou mais de uma década no vermelho.
No mercado de tecnologia, “queima-se dinheiro” para mudar hábitos.
No passado, a Amazon queimou dinheiro para convencer as pessoas de que comprar on-line era melhor. Hoje, as empresas de IA estão queimando dinheiro para mudar um hábito ainda mais profundo: a forma como usamos o nosso tempo.
Se antes a Amazon mudou a forma como compramos, agora as empresas de IA estão mudando a forma como aprendemos e vivemos o dia a dia. Investimento e aposta. Mas, pela minha experiência, algo acertado.
Claro, há um embate entre diversos players. A maioria não irá sobreviver. Não irá aguentar a concorrência, nem a jornada, que será longa. Mas, essa é uma consequência natural da competição.