Desistir.
Ato consciente de interromper a vontade.
Água mole em pedra dura,
tanto bate até que… acaba.
Cessar o desejo é cessar o sofrimento.
Mas também é negar o impulso que move a vida.
Desistir pode ser um ato de inteligência,
reconhecimento de que o impossível não precisa ser insistido.
Não é derrota. É lucidez.
Desistir, então, não é render-se,
é recolher a alma para dentro do possível.
É a leveza de quem compreende que nem toda dor é nobre,
nem toda persistência é virtude.
No fundo, desistir é o instante em que liberdade e sentido se encaram.
O corpo ainda pode. A alma, já não quer.
Nem sempre quem desiste perde.
Às vezes, apenas se encontra.
Quer saber? 
Eu desisto.