Silêncio.
O intervalo em que o ser pode emergir sem o ruído das palavras.
Calar pode dizer mais do que falar.
Para o filósofo, é o limite do que pode ser dito.
Sobre o que não se pode falar, deve-se calar.
É pausa criadora.
Não é vazio. É profundidade.
Mas há também o silêncio ruidoso.
Aquele das pessoas reunidas, imóveis, com os olhos presos nos celulares.
Todos falam sem dizer nada.
Todos ouvem, mas não escutam.
Prisioneiros de diálogos superficiais e distrações luminosas.
Esse silêncio não é paz. É desumanização travestida de progresso.