Isaías 56 marca uma virada. O exílio terminou. O povo voltou. Agora o desafio é outro: reconstruir a fé e a identidade.
O texto reflete o período pós-exílico, provavelmente no século V a.C. Jerusalém renasce, mas enfrenta divisões. Há tensão entre inclusão e exclusão. Esdras e Neemias defendem barreiras. Entre o fechamento e a abertura, Isaías aponta outro caminho.
Deus fala a todos. Aos estrangeiros. Aos eunucos. Aos que se sentem à margem. A condição não é sangue, mas fidelidade. “Guardem o sábado. Guardem a aliança.” O critério é o coração, não a origem.
A mensagem é clara: a salvação é universal. O templo não é propriedade de um povo, mas casa de oração para todos os povos.
Deus promete bênção. Promete aceitação. Promete um nome eterno em sua casa. Os eunucos representam os que parecem espiritualmente estéreis, mas recebem vida nova. Os estrangeiros simbolizam as almas distantes que voltam ao Uno.
Deus acolhe quem foi esquecido. Reergue quem foi rejeitado. Ele une o que estava disperso e amplia as fronteiras da fé.
Isaías 56 inaugura o chamado Terceiro Isaías (capítulos 56–66). É uma revelação da unidade essencial da humanidade diante do divino. O amor de Deus não conhece fronteiras. Sua aliança é inclusiva. Sua justiça é para todos.