Chego ao capítulo 7 de Cânticos. Um poema que fala do corpo, mas também da alma. Fala de amor humano, mas sugere algo mais profundo.
Salomão descreve a amada dos pés à cabeça. Cada detalhe ganha valor. Nada passa despercebido. A beleza não está apenas na forma, mas no olhar de quem ama. O corpo vira mapa. A descrição lembra um território sagrado. É como se a amada fosse a própria terra prometida.
Descobrir que o nome Sulamita pode significar “pacificada pelo Pacificador” me faz pensar que essa mulher também sou eu. A alma que encontra descanso em Deus.
A resposta dela toca fundo. Ela se entrega. Diz que o desejo do Amado está nela. Não é amor que espera. É amor que se oferece.
Ela o convida para o campo. Para a vida fora do conforto. Convida para a caminhada, para o fruto, para a alegria. É amor que quer partilhar a existência inteira.
Vejo aqui o retrato da vida com Deus. Ele nos olha com atenção, com ternura, com desejo santo. E espera que o amemos de volta. Que saiamos com Ele. Que queiramos estar com Ele em cada estação.
Cânticos 7 me lembra que ser amado é só o começo. Amar de volta é o que transforma. Não apenas me deixar ver. Mas também me oferecer. Porque o verdadeiro amor não para na contemplação. Ele convida. Ele caminha. Ele frutifica.