Acerto sempre? Claro que não.
Sou imune às críticas? Também não.
Como um cara com ego inflado, observações negativas sobre o meu trabalho mexem comigo e quase nunca da melhor forma. Minha primeira reação costuma ser colérica. Mas só a primeira.
Eu faço tudo que posso, e até um pouco do que não deveria, para não receber a mesma crítica duas vezes. Se é para errar, que seja sempre um erro novo.
Outro dia, estava facilitando um workshop sobre Domain-driven Design. É um tema que domino. Falo sobre isso há muito tempo. Sou tão apaixonado que, às vezes, nem percebo que me perco filosofando.
Críticas que recebi? Discussão muito abstrata. Falta de conteúdo prático. Fui profundo, mas não fui amplo.
Sofri? Nossa, claro que sim.
Mas depois de chorar em posição fetal, resolvi mudar minha abordagem.
Na segunda sessão, resolvi compassar minha fala com slides e trazer dicas práticas. Mostrei como uso IA para elaborar glossários e tabelas de relação da linguagem onipresente. Fui além e mostrei a relação com ontologia, apresentando a linguagem como materialização do conhecimento.
Livre de críticas dessa vez? Claro que não.
Antes do fim, ouvi que estava tratando do detalhe, mas não mostrava o “Big Picture”.
Doeu? Nem te conto.
Mas, mais uma vez, no lugar de querer ter razão, resolvi adaptar meu método.
Por quê? Porque o valor do que fazemos não está na gente. Está no outro.
Se o meu conteúdo não alivia a dor do outro, não vale para ele. Vale só para mim.
Lidar com críticas dói. Ofende o ego, essa fronteira entre o “Eu” e o mundo.
Mas ignorá-las é egoísmo, que pode ser um escudo para a sobrevivência, mas também é um muro para a convivência.
Tenho ego inflado. Sou assim.
Mas escolho não ser egoísta. Pelo menos, não tanto.
Ouvir o ego do outro é o jeito mais honesto de fazer o meu amadurecer.
Recomendo sem restrições para você também.
