Jeremias 25 é a porta que se fecha e a porta que se abre. Vinte e três anos de alerta. Vinte e três anos de silêncio. E no quarto ano de Jeoaquim, quando Nabucodonosor derrota o Egito e muda o mapa do mundo, Jeremias encerra um ciclo. A sessão de avisos acaba. O diagnóstico está completo. Tudo foi dito. Nada foi ouvido.
A sentença marca o ponto de virada. Setenta anos de Babilônia. Não é número solto. É profecia. E se cumpre. É o tempo dos anos sabáticos ignorados. A terra deveria descansar. Não descansou. Agora descansa no exílio. O domínio babilônico vira pausa e ajuste. E há o golpe de orgulho. Nabucodonosor é chamado de “meu servo”. O inimigo vira ferramenta. Duro, mas claro. Quando ninguém escuta, a história corrige.
E o capítulo abre a nova sessão do livro. O cálice da ira sai de Jerusalém e roda o mundo. Cada nação bebe o que fermentou. Nenhum império passa ileso. É juízo que alcança longe, mas não para sempre. Os setenta anos terminam. A Babilônia cai. O povo volta. A ferida cicatriza. E o livro avança para o que este capítulo prepara em silêncio: a restauração que só chega depois do choque que finalmente desperta quem não quis ouvir.
“Tudo foi dito. Nada foi ouvido.”
Frase muito marcante, inclusive para nossos dias