Jeremias 22 acontece quando Judá está por um fio. Depois da morte de Josias, os reis se perdem. O Egito pressiona. A Babilônia avança. A economia afunda. O palácio exibe luxo enquanto o povo carrega o peso. É nesse cenário que Jeremias entra no palácio e diz o essencial. Justiça não é detalhe. É condição de sobrevivência.
O profeta revisita os últimos reis como quem lê laudos de uma doença que ninguém tratou. Salum não volta do exílio. Jeoaquim ergue cedro e domina pela exploração. Conias, herdeiro promissor, perde o selo e o futuro. A mensagem é direta. A queda de Judá não começa na guerra. Começa nas escolhas internas. Poder sem justiça apodrece antes de cair.
E aqui o texto atravessa. O trono de Davi não falhou por falta de promessa. Falhou por falta de caráter. A aliança nunca garantiu proteção automática. Ela cobrava responsabilidade. Jeremias 22 revela algo antigo e atual. Reinos caem por dentro. Pessoas também. A ruína se instala no instante em que ignoramos quem depende de nós. O inimigo de fora só termina o que a injustiça já começou.