A Microsoft acaba de anunciar um corte de 9 mil posições, o que representa menos de 4% do seu quadro. À primeira vista, parece muito. E é. Mas por que uma empresa saudável tomaria essa decisão?
Anos atrás, li um livro marcante chamado Fit for Growth, da PwC. A tese central é simples: para crescer, é preciso eliminar o que não contribui. Cortar ramos de ineficiência. É como uma poda bem planejada.
A analogia é poderosa. Jardineiros removem galhos para estimular o crescimento saudável da planta. Da mesma forma, há quem corte o cabelo esperando que ele cresça mais forte ou com mais direção. Embora eu mesmo não seja especialista no assunto, por razões evidentes.
Esse princípio ajuda a lançar luz sobre os cortes da Microsoft. Seria crueldade com os 4% que saem? Talvez. Mas não seria ainda mais cruel enfraquecer a empresa para os 100% que ficam? Um dilema difícil e necessário.
A inteligência artificial teve algum papel nessa decisão? Sem dúvida. Mas foi o fator determinante? Talvez não.
Outro dia, Fernando Paiva, que trabalha comigo, leu um post meu e questionou alguns números de produtividade que eu havia apresentado. Resolveu então fazer uma conta simples: dividiu o faturamento pelo número de colaboradores. E o que encontrou? A produtividade cresceu, e bastante.
Em outras palavras, a Microsoft não cortou por necessidade imediata, mas por estratégia. O objetivo é tornar-se ainda mais produtiva e preparada para o futuro.
No fim das contas, cortar agora pode ser a forma mais eficiente de fortalecer o todo depois.