Isaías 31. O capítulo é curto, mas direto. Sua mensagem central é clara: não confiem no Egito. O povo de Judá, ameaçado pela Assíria, buscava ajuda em cavalos e carros de guerra egípcios. Isaías denuncia essa escolha. Para ele, não é apenas um erro político, mas sobretudo espiritual. “O egípcio é homem e não Deus; seus cavalos são carne e não espírito.” A confiança em alianças humanas revela incredulidade diante do poder de Deus.
O profeta anuncia que tal aliança será inútil. Quando o Senhor estender a mão, o protetor cairá e o protegido também. Ambos perecerão. Essa palavra se cumpriu na história. O auxílio do Egito não salvou Judá. O Egito mesmo caiu diante da Assíria. Jerusalém, contudo, foi poupada. Não por causa de tratados, mas porque o próprio Senhor a protegeu.
Isaías usa duas imagens para mostrar a força dessa proteção. O Senhor é como o leão que ruge sobre sua presa, firme, sem se intimidar com pastores que gritam em volta. Assim Deus defende Sião contra seus inimigos. O Senhor também é como aves que voam, cobrindo o ninho com suas asas. Ele protege, abriga e salva Jerusalém.
O desfecho é a queda da Assíria. O rei, chamado de “seu Rochedo”, cairá sob uma espada que não é de homem. É a intervenção direta de Deus. O império assírio, poderoso aos olhos do mundo, não resiste ao sopro do Senhor. Essa queda abre caminho para a sucessão de impérios, mas mostra que nenhum poder humano é eterno.
O capítulo termina lembrando que o fogo de Deus está em Sião, a fornalha em Jerusalém. É a imagem da presença do Senhor no templo, o Deus vivo habitando no meio do seu povo. A verdadeira segurança não vem de cavalos, nem de exércitos, mas do fogo de Deus que arde em Sião.
Isaías 31 nos fala ainda hoje. Também buscamos seguranças frágeis em nossa vida — dinheiro, status, alianças humanas. Mas tudo isso é carne e não espírito. Somente Deus é fundamento sólido. Somente ele pode guardar, proteger e salvar. O chamado de Isaías ecoa: não confiem nos “Egitos” de hoje. Confiai no Senhor, cuja presença é fogo vivo em nosso meio.