Chego ao capítulo 3 do livro de Isaías.
Agora o tom é juízo. Deus fala, e fala claro.
Vai tirar o sustento. Pão e água.
Mas também cuidado, orientação, segurança.
Israel se afastou. E a consequência será ausência.
Sem pão, o corpo sofre.
Sem palavra, o espírito murcha.
A fome será física e espiritual.
Onde não há sustento, entra confusão.
E onde há confusão, sobem ao poder a imaturidade.
Falta de preparo. Desorientação e prepotênica.
O errado fica visível. Não precisa de denúncia.
Ela se exibe. No rosto, nos gestos, nas escolhas.
O pecado, quando é rotina, se torna linguagem.
Fala por si.
A cabeça guia a devorar a vinha. Explorar em vez de cuidar.
Tomar o que é do outro. Pisar onde devia proteger.
Desprezar o que é sagrado. Sofrimento no entorno.
Nunca solitário — peso sobre o comunitário.
E as filhas de Sião. Cheias de ornamentos, adornos, vaidade.
São imagem de um povo que trocou profundidade por aparência.
A beleza virou disfarce. A elegância, máscara.
Mas Deus vê por dentro. E o que está dentro, Ele julga.
Ainda assim, Isaías deixa uma palavra suave: ao justo, bem lhe irá.
Mesmo no juízo, Deus distingue.
Mesmo no caos, há recompensa para quem permanece fiel.
O justo não é esquecido.
A lição é direta. Deus resiste aos altivos.
Abate os arrogantes.
E levanta os que se arrependem.
Não basta culto, tradição, aparência.
O que Deus busca é aliança.
É coração limpo, vida sóbria, justiça praticada.
E então eu oro: Senhor, limpa meu olhar.
Me dá discernimento para reconhecer o que não te agrada.
Antes que os outros vejam, que eu já veja. E me arrependa.
Dá-me maturidade para não ser guiado por vaidade.
E coragem para me deixar guiar por Ti.
E quando vier o juízo, lembra-te de mim entre os justos.