Começo meu dia com o Salmo 124.
Minha memória me alcança. Minha história ainda pulsa.
E nela, o eco de Israel.
Israel não venceu por força própria; nem eu.
Foi livramento. Não por mérito, mas por aliança. Por graça.
“Se não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado…”
O que estou me tornando, com Ele presente? O que seria de mim, sem Ele agora?
Tudo o que hoje sustento tem um custo.
Quanto mais valor algo tem, maior o preço para permanecer com isso nas mãos.
Não porque o sofrimento comprove sua verdade, mas porque o que transforma exige entrega: renúncia, esforço, vigilância.
E isso só se sustenta com esperança — não com controle.
Buscar a Deus ainda atrai oposição.
Ela não desaparece com a fé — ela se revela por causa dela.
Forças tentam distorcer, desviar, desgastar. E por mim mesmo, não tenho defesa.
Mas o Espírito Santo não recua.
Essas forças se revelam nos ambientes, nas escolhas, nos afetos.
No corpo. Na rotina. Em mim.
O invisível age — mas deixa sinais.
E o Senhor, mesmo oculto aos olhos, permanece. Presente. Firme.
Também homem. Também perto.
Corro o risco de entristecer o Espírito.
Não por rebeldia gritante, mas por distração, pressa, autossuficiência.
Por não reconhecer.
O Espírito não grita, não força.
Fala pela Palavra. Fala pelo outro. Fala pelo fruto. Fala pelo corpo.
E às vezes, quase passa despercebido.
Ignorá-lo não é queda imediata — é desvio lento.
É se perder andando.
“O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra.”
Hoje, agora, se não fosse Ele, eu já teria caído.
Essa verdade me basta.
E me sustenta.