E se Deus não estiver interessado no que você sabe fazer? E se o que você chama de “espera” for, na verdade, tratamento?
A verdade é desconfortável: Deus não precisa de mim. Nem de você. O que Ele quer não é o nosso desempenho. É o nosso coração. Nossa formação. Nossa rendição.
Vivemos ansiosos para fazer, liderar, mostrar resultado. Mas Deus está mais preocupado com quem estamos nos tornando do que com o que estamos produzindo.
Paulo é a prova viva disso.
Antes de ser o apóstolo dos gentios, escritor de cartas, plantador de igrejas, ele era Saulo. Um homem brilhante, religioso, cheio de influência e autoconfiança. Um nome forte. Uma mente poderosa. Achava que estava pronto para liderar.
Mas Deus disse não.
Mesmo depois de seu encontro com Jesus, Paulo ainda carregava orgulho. Se achava necessário. Preparado demais para ser deixado de lado. Tentou assumir espaço. Não foi recebido. Insistiu. Foi rejeitado. E então… silêncio.
Dez anos fora de cena. Dez anos esquecido em Tarso. Dez anos sendo moldado longe dos olhos, longe dos aplausos.
Porque antes de Deus trabalhar por meio dele, Deus precisava trabalhar nele.
Paulo precisou aprender o que todo coração orgulhoso resiste em aceitar: o Reino não depende de mim. A igreja cresce sem mim. Deus não precisa de mim — mas me ama demais para me usar sem antes me transformar.
Talvez você esteja num lugar parecido. Fora do palco. Sem espaço. Em pausa.
E se isso não for fracasso, mas graça?
E se Deus não estiver atrasando seu chamado, mas salvando você de se perder dentro dele?
Antes de ser instrumento, é preciso ser filho. Antes de ser voz, é preciso ser raiz. Porque no Reino, o esconderijo vem antes da influência.
Talvez esse silêncio seja Deus dizendo: agora, é entre Eu e você.
E isso… é tudo.