Compete ao arquiteto corporativo a responsabilidade de descrever, analisar e comunicar os diversos aspectos da arquitetura corporativa, bem como registrar as mudanças ao longo do tempo. Para isso, é fundamental que seja utilizada e respeitada uma abordagem padrão, boas ferramentas e, também, uma ótima linguagem gráfica.
Nessa série, apresento uma linguagem popular para este propósito: a Archimate.
Minha maior motivação para essa série é a escassez de material de qualidade relacionado a esta linguagem disponível em língua portuguesa (exceto pela especificação, em português, fornecida para associados do The Open Group).
O que é a Archimate?
Archimate é uma linguagem visual de modelagem, que utiliza elementos visuais para apoiar a descrição, análise e a comunicação da Arquitetura Corporativa.
IMPORTANTE: Archimate possui elementos para descrever arquiteturas de software, mas tem propósito e aplicação bem mais amplos.
Ela foi desenvolvida e é mantida pela “The Open Group“.
A versão atual da Archimate é 3.0.1. Sua especificação está disponível online.
Para que serve?
O Archimate é uma linguagem ampla e abrangente que foi projetada para auxiliar o arquiteto corporativo a descrever a arquitetura corporativa, de forma completa e com pouca ambiguidade, em seus principais domínios.
Estruturada em camadas, permite o desenvolvimento de modelos com conceitos independentes para Estratégia, Negócios, Aplicação (Software), Tecnologia (Servidores lógicos) e Elementos físicos. Além disso, permite descrever conceitos de implementação e migração para os estágios (roadmap) da arquitetura corporativa, bem como suas motivações.
Os diversos conceitos (elementos e relações, representados graficamente pela linguagem) são ainda classificados em três diferentes aspectos: Elementos Ativos de Estrutura (sujeito), Comportamentos (verbo) e Elementos Passivos de Estrutura (objeto).
Considero a Archimate complexa, principalmente por sua abrangência. Toma um certo tempo até entender como a linguagem “funciona”. Entretanto, depois de superadas as dificuldades iniciais, ela colabora “formatando” como pensar em arquitetura corporativa proporcionando a construção de conexões fundamentais e a geração de insights. Além disso, quando utilizada em uma boa ferramenta de desenho, viabiliza a formação do repositório da arquitetura corporativa.
Como começar a aprender?
Para aprender a utilizar o Archimate será fundamental utilizar uma boa ferramenta compatível com a linguagem. Uma das mais populares é a Archi (que também é gratuíta).
Para um approach mais prático, um bom recurso de estudos é o excelente case fictício ArchiSurance.
Nos próximos posts, vou compartilhar algumas visões construídas com Archimate. Vamos ver se consigo mostrar valor através de exemplos práticos.
Você utiliza Archimate? Conhece? Compartilhe suas impressões nos comentários.
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