Filosoficamente, passado, presente e futuro não são apenas três “gavetas” do tempo. São três modos de relação com a existência.
Agostinho dizia algo desconcertante: só o presente existe. O passado vive como memória. O futuro, como expectativa. O tempo não está fora, correndo no mundo. Está dentro, acontecendo na consciência. O relógio mede. A alma sente.
Séculos depois, Heidegger vira a mesa. Para ele, o humano é um ser lançado do passado, que age no presente, orientado pelo futuro. Não somos definidos pelo que fomos, mas pelo que ainda podemos ser. O futuro puxa o presente. O passado empurra.
Resumo afiado: o passado explica, o presente decide, o futuro dá sentido.
Viver bem não é apagar o passado nem controlar o futuro. É assumir ambos e agir agora. Simples. Difícil. E profundamente humano.