Jeremias 10. O Deus vivo e os ídolos mortos.
Jeremias fala no fim do século VII a.C. Judá está caindo. O medo domina. O povo busca segurança em alianças e deuses estrangeiros. Mistura fé com desespero. Política com superstição.
Os ídolos brilham, mas não respiram. São madeira coberta de ouro. Bonitos. Vazios. Têm boca, mas não falam. Pés, mas não andam. São levados por quem deveriam carregar. É o homem servindo ao que inventou.
Deus não é feito. É quem faz. O artesão molda o que adora. Deus cria o que ama. Idolatria é confiar no poder das próprias mãos. Ontem, estátuas. Hoje, sucesso, controle, técnica.
Sabedoria é enxergar o que tem vida e o que só parece vivo. O ouro não dá valor ao que é vazio. O temor do Senhor é o início da inteligência espiritual.
O ídolo mora dentro. É o ego ocupando o lugar do divino. O Deus vivo convida à entrega. A fé nasce do coração limpo, livre das ilusões.
Submeter-se à correção divina é deixar-se recriar. O Espírito transforma o barro endurecido da vontade em nova forma de vida.
E nós? Ainda erguemos altares. Só mudamos os nomes. Não chamamos nossos ídolos de Deuses, pelo menos não explicitamente. Há quem idolatre o sucesso, influência, produtividade, imagem. Corremos atrás do que brilha e também esquecemos o que vive. Jeremias ainda fala, deveríamos ouvir.