Ah que vida que há…
Nessa vida que só aparece nas frestinhas da outra vida.
Ah que vida que há…
Nesse sorriso dos intervalos que se encerram de abrupto quando a outra vida chega.
Ah que vida que há…
Na espera que existe pela resposta que só vem quando, do outro lado, a outra vida dá uma folga.
Ah que vida que há…
Às vezes na sobra, às vezes do excesso.
No gozo e no incômodo.
No compromisso com o descompromisso.
Mas — e quando a outra vida silencia?
Ah, que vida que brota do silêncio…
Ah que vida que há…
Porque se não houver, falta vida.