Isaías 53 faz parte do “Segundo Isaías”. Foi escrito no exílio babilônico por um discípulo do profeta. É um dos capítulos mais marcantes das escrituras.
Nele, surge o Servo Sofredor. Que carrega dores. Enfermidades. Culpa que não é dele. Que é desprezado. Rejeitado. Castigado.
O servo sofre em silêncio. Sofre por amor. Aceita o peso que não lhe pertence. Seu sofrimento traz cura. Sua dor gera reconciliação.
O profeta revela um mistério: a dor redime. A humilhação se transforma em glória. A fraqueza se torna vitória.
Para os cristãos, é impossível ler sem estremecer. Séculos antes, Isaías descreve a Paixão de Cristo. Cada detalhe confere e fere. Cada palavra antecipa a cruz. Antecipa Ele!
Os judeus veem diferente. Dizem que o Servo é o próprio Israel; o povo que sofre pelas nações. Logo eles, que em todos os outros capítulos são lembrados de que são salvos sem méritos, mas pela Graça.
O capítulo raramente é lido nas sinagogas. Há quem diga que é uma omissão deliberada. É um texto que incomoda.
Nos Manuscritos do Mar Morto, o capítulo 53 aparece quase idêntico ao texto massorético. Pouca mudança. Séculos de fidelidade. Milagre de preservação.
Isaías 53 é o coração aberto da profecia. Sofrimento que salva. Dor que purifica. Silêncio que fala.
É um capítulo para ser lido muitas vezes. Ele emociona. Ele converte. Ele desconcerta.