Isaías 32. Parte dos oráculos contra Judá e Israel (capítulos 28 a 33). Uma visão do profeta que contrasta a realidade da época, marcada pela corrupção e pela ameaça do império assírio, com a visão futura de um reino ideal, fundamentado em justiça e equidade.
Isaías era um profeta messiânico, e este capítulo é um prenúncio da vinda do Messias. O reino ideal de Isaías tem liderança justa, valores firmes, sem inversões, e clareza de entendimento espiritual.
O texto, mais uma vez, é simbólico. Isaías fala em “mulheres descuidadas” e “jovens confiantes” para representar aqueles que vivem de forma complacente e orgulhosa, indiferentes às coisas de Deus. Para esses, anuncia tribulação. Primeiro, uma devastação iminente, alusão histórica ao império assírio.
Para ilustrar a profundidade do sofrimento, Isaías utiliza a imagem de um rito de luto. A ordem “despi-vos até estardes nuas” e “batei nos vossos peitos” é uma referência às carpideiras, mulheres contratadas para chorar nos funerais.
Apesar da previsão de destruição, a mensagem mais importante do capítulo é a da esperança e da restauração. Após o juízo, virá um tempo novo. Com o “derramar do espírito”, haverá renovação da criação em tempos de paz, tranquilidade e segurança perpétuas.
Resumindo, Isaías 32 funciona como uma profecia em duas partes. Primeiro, um alerta sobre a destruição iminente causada pelo orgulho e pela injustiça do povo, com referências históricas claras à ameaça assíria. No entanto, sua ênfase principal está na promessa de um futuro glorioso, um reino ideal de justiça que, em última instância, é uma visão da paz messiânica, inaugurada por Deus após o período de provação.