Chego a Eclesiastes 5.
Depois de descrever a vida debaixo do sol, Salomão levanta os olhos.
Nos convida a olhar a vida a partir de Deus.
Ele começa pelo templo. E, dali, percorre temas centrais:
Adoração, justiça, dinheiro e o verdadeiro dom da alegria.
“Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus.”
É um chamado à reverência.
Deus não se impressiona com rituais vazios, nem com promessas soltas.
Ele busca corações que o temem, que ouvem, que obedecem.
É melhor ouvir do que oferecer o sacrifício dos tolos.
Porque a vida vem antes do culto.
A oração também exige seriedade.
Poucas palavras. Sinceridade.
Deus não quer eloquência, mas verdade.
E quem promete, deve cumprir.
Falar com Deus não é estratégia. É compromisso.
Do templo, Salomão olha para a sociedade. Vê opressão.
Corrupção que escala. Os de cima se sustentam à custa dos de baixo.
Três mil anos depois, o retrato ainda é fiel.
Depois, ele fala do dinheiro. E revela sua ilusão.
Quem ama o dinheiro nunca se farta.
Acumular não preenche. Pesa.
Traz ansiedade, medo, insônia.
Quanto mais se tem, mais se teme perder.
E no fim, nada se leva.
Viemos nus. Voltamos da mesma forma.
O problema não é ter. É ser dominado pelo que se tem.
Mas Salomão também reconhece o dom.
Comer, beber, desfrutar do fruto do trabalho com gratidão — isso é presente de Deus.
A alegria verdadeira não está nos bens. Está nEle.
Não é conquista. É graça.
A vida plena vem da presença de Deus, não das coisas que possuímos.