Parece insanidade. É método.
Cálculo puro, com aparência de colapso.
Loucura encenada por quem sabe exatamente o que está fazendo.
Cabeça fria. Coração, nem sempre limpo.
A lógica é simples: fingir que não há lógica.
Convencer o adversário de que você é imprevisível. Instável.
Perigoso o bastante para fazer o impensável.
E por isso, precisa ser contido. Ou atendido.
Funciona como chantagem diplomática.
Peça muito mais do que quer.
Aja como quem perdeu o juízo. Como quem está disposto a jogar tudo fora.
E aceite menos do que pediu, mais do que realmente desejava, como se fosse concessão.
O susto vira ferramenta. O exagero, escudo.
Ambiguidade estratégica.
Irracionalidade com roteiro.
Eisenhower usou. Nixon aperfeiçoou.
Trump institucionalizou. Mestre.
Nunca é admitida.
Sempre é executada.
Mas há um limite: credibilidade.
Quando o blefe perde força, o jogo acaba.
E o louco precisa decidir se estava mesmo fingindo.
Parece loucura.
Mas é só poder disfarçado de descontrole.