Começo o dia com o Salmo 120. Primeiro dos “Cânticos dos Degraus”.
Trata-se de um texto de clamor. De alguém que não está em paz; está em guerra.
Contra a mentira. Contra a discórdia.
Contra o mundo. Contra si mesmo.
É o salmo de quem vive no meio do conflito, mas não pertence a ele. Não quer pertencer. De quem busca ret
O texto não romantiza. Mostra que o conflito vem de fora. Mas convida a refletir sobre aquele que brota dentro. Sejamos francos, a mentira não é só social. É pessoal.
A paz que o salmista procura não é ausência de tensão. É a integridade possível em meio à luta. É não ceder ao cinismo. Nem à conformidade. Deus sabe o quanto é fácil o caminho para a hipocrisia. Eu também.
A oração, nesse contexto, não é alívio. É resistência. Não anestesia. Concentra. Relembra o compromisso com o que é justo. E escancara o que ainda precisa ser purificado.
O Salmo 120 é início de subida. Um convite, na verdade. Mas começa no vale. Eu também estou no vale. Onde a alma aprende que buscar a paz exige coragem.
E que a coragem, às vezes, é só isso: seguir orando. Ou seria esse um refúgio covarde? A fé, sem ação é morta.
Mesmo quando nada muda por fora. É importante lembrar que a mudança que importa acontece dentro.