Por que é tão difícil implementar mudanças, especialmente em organizações maiores? As leis de Larman explicam.
Segundo Craig Larman, veterano em mudanças organizacionais voltadas à agilidade, as organizações são “implicitamente otimizadas” para preservar o status quo e as estruturas de poder — sobretudo as da gestão média e dos “especialistas”.
Em vez de mudanças reais, o que se faz com mais frequência é apenas renomear conceitos antigos. Assim, todo time de desenvolvimento virou “squad”, todo ciclo de desenvolvimento virou “sprint” e um bocado de post-its na parede virou “Kanban”.
Quem tenta promover mudanças além da cosmética costuma ser rotulado de “purista”, “teórico” ou “revolucionário”. Ou então de alguém que resiste à ideia de que as coisas precisam ser adaptadas para “funcionarem aqui”.
Se, por acaso, alguma mudança é de fato implementada e alguém “sobra”, essa pessoa se torna “consultor interno” ou “coach” — algo que lembra bastante os famosos “agilistas de carteirinha”. Tudo isso apenas reforça a sensação de que a mudança realmente aconteceu, facilitando o autoengano da alta-gestão.
Por fim, Larman destaca que, em grandes organizações, a cultura segue a estrutura. Já nas empresas mais jovens, a estrutura segue a cultura.
O sistema é foda, meu amigo!