O mundo do software está mergulhado em inovações e evoluções tecnológicas, mas paradoxalmente, muitas empresas ainda estão presas a modelos de gestão de projetos que suffocam o potencial de criatividade e agilidade. A cultura de requisito e prazo, herdada de práticas que se estabeleceram há décadas, é particularmente resiliente e continua a ser a norma, apesar de sua notória ineficácia. Como podemos superar essa tradição e abraçar uma abordagem que verdadeiramente apoie o progresso e a adaptabilidade no desenvolvimento de software?
Os Desafios de uma Cultura Estagnada
A abordagem tradicional cria um abismo entre os times de negócios, que ditam os requisitos, e os times técnicos, responsáveis pelos prazos de entrega. Em um ambiente com pouca sinergia entre as equipes, entendimento limitado do problema fundamental e má comunicação, surgem conflitos e mal-entendidos, afetando a produtividade e a eficácia geral do processo.
Este modelo leva à reflexão: estamos realmente aproveitando nosso potencial ao máximo ou estamos simplesmente seguindo o que sempre foi feito?
Domain-driven Design (DDD) como Solução
Domain-driven Design (DDD), termo cunhado por Eric Evans em seu livro seminal “Domain-Driven Design: Tackling Complexity in the Heart of Software”, concentra-se no negócio central e na complexidade inerente ao desenvolvimento de software. Mais do que um conjunto de práticas, é uma mentalidade que encara os requisitos como hipóteses a serem testadas e refuta a noção de prazos imutáveis em favor de um ciclo de aprendizado contínuo e colaborativo.
O DDD nos incita a questionar: o que pode ser feito para alinhar melhor nossos esforços ao valor real para o negócio?
Foco em Prioridades e Fluxo de Trabalho
Diferentemente de requisitos fixos e prazos inalcançáveis, DDD sugere uma abordagem centrada em priorizar tarefas que melhoram o throughput, isto é, a capacidade de entregar valor constantemente. Times de negócio e times técnicos devem comunicar-se de perto, direcionando seus esforços para resolver problemas urgentes e criar soluções incrementais que são ajustadas conforme novos aprendizados emergem.
Por exemplo, em um projeto para um cliente do setor bancário, a implementação de DDD permitiu que as equipes saíssem de um ciclo de adivinhação sobre funcionalidades e se concentrassem em criar um protótipo para testar uma nova funcionalidade de pagamento móvel. Esse protótipo foi iterado com base no feedback do usuário final, trazendo uma solução alinhada às necessidades reais do cliente mais rápido do que os métodos tradicionais permitiriam.
Conclusão
Mudar da cultura rígida e estabelecida de requisito e prazo para uma abordagem mais fluida e orientada pelo valor, como sugerido pelo DDD, requer uma mudança não apenas nos processos, mas na própria mentalidade da empresa. As equipes devem evoluir de serem simples executantes para colaboradores proativos no processo de criação de valor.
Será que sua empresa está pronta para fazer essa transição? Como você pode ajudar a fomentar essa mudança no seu local de trabalho?
O DDD é um tópico extenso, com muitos conceitos e técnicas associadas, como Event Sourcing, CQRS, e Bounded Contexts. Por outro lado, metodologias ágeis e o Lean Software Development também oferecem abordagens para aumentar a adaptabilidade e a entrega de valor no desenvolvimento de software.
Explore profundamente esses e outros temas afins em meus grupos de estudos e mentorias, onde mergulhamos nos aspectos práticos e teóricos de modernas práticas de desenvolvimento.
TL;DR
- A cultura de requisito e prazo está ultrapassada e impede o avanço em desenvolvimento de software.
- O Domain-driven Design oferece uma abordagem colaborativa e focada no valor do negócio, que substitui requisitos e prazos rígidos por um processo de desenvolvimento mais adaptável.
- Abordar o desenvolvimento com uma mentalidade voltada para prioridades e throughput melhora significativamente a eficiência e o valor entregue.
