Defino a ansiedade como um excesso de futuros. Quem tem “alternativas” demais tende a se perder nelas, ficando ansioso. Pessoas ansiosas procrastinam, acumulando ainda mais possibilidades, o que torna esses futuros ainda mais pesados e intensifica a ansiedade. É uma espécie de espiral, onde quanto mais esforços fazemos para sair, mais somos arrastados para baixo.
Mas ansiedade também pode ser vista como o encontro do medo com o imprevisível. Sempre que percebemos nossa falta de controle sobre o amanhã, sentimos um leve temor hoje. Nesse momento brota a ansiedade.
O medo do que o futuro pode reservar leva muitas pessoas, inclusive eu, a trabalhar mais do que deveriam. Resultado? Já me senti culpado por ir dormir às 23h deixando para amanhã algo que parecia urgente hoje.
O ansioso pergunta: “Será que já fiz o suficiente para merecer descanso?”. Essa pergunta, contudo, está equivocada, especialmente se buscamos genuinamente uma vida “em alta performance”. A questão correta seria: “Será que já descansei o suficiente para atingir minha melhor performance?”.
Reconheço que é uma mudança radical de perspectiva. Mas, da minha visão—que, para cada um, é apenas a vista a partir de um ponto—essa mudança é necessária. Diria até mesmo que é uma questão de sobrevivência
E você, tem descansado o suficiente?