Capítulo 1

O Metamodelo em Essência

E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
Gênesis 1:3-4

O metamodelo para a criação é um framework versátil projetado para orientar a concepção e criação de qualquer coisa, desde a criação de uma empresa até o desenvolvimento de processos internos e até aspectos mais pessoais, como a criação de filhos. Estruturado em torno de sete etapas fundamentais, o metamodelo enfatiza a importância de um propósito claro e bem definido, servindo como a espinha dorsal para iniciativas criativas.
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O metamodelo tem sete etapas concebidas para serem aplicadas universalmente, independentemente da natureza específica do que está sendo criado.

Origem e Desenvolvimento

Curiosamente, a origem deste metamodelo são as narrativas de Gênesis 1 e 2. Percebi que “papai do céu” segue um modelo claro em tudo que cria. Trata-se de um padrão repetido nas criações divinas indicadas na Bíblia, mas que é consolidado logo no início do texto sagrado.
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Desde que identifiquei o metamodelo, passei a aplicá-lo em meus projetos pessoais, depois em minhas empresas, depois nas consultorias prestadas por mim ou por meus associados.

Componentes Principais

As sete etapas do metamodelo são:
  1. Definição do Propósito e Aquisição de Conhecimento: No primeiro dia, Deus cria luz e separa luz e trevas. Isso pode ser visto como estabelecimento de propósito (criar um mundo ordenado) e aquisição de conhecimento (entender o que é necessário para a criação). Luz e trevas, aliás, tem significado associado ao conhecimento e a falta dele. Assim como as “trevas cobriam a face do abismo”, também a falta de conhecimento esconde os maiores perigos.
  2. Estabelecimento da Estrutura: No segundo dia, a criação do firmamento separa as águas, estabelecendo a estrutura básica do mundo. Da mesma forma, com conhecimento apropriado, o fundamental é criar a estrutura que irá suportar a criação – seja definição de recursos e pessoas em uma empresa, ou lugar apropriado para um novo hábito, a falta de estrutura adequada costuma ser justificativa mais comum nos processos criativos.
  3. Acerto do Método: No terceiro dia, Deus separa terra e água e cria a vegetação. Aqui, pode-se dizer que está ajustando o método de criação, adicionando complexidade e diversidade. Mais do que isso, está definindo algo que é inerentemente perene – da semente dos frutos nascem novas plantas. Da mesma forma, de pouco adianta estrutura organizada sem um método de atuação e disciplina. Boa parte do processo criativo é esforço e trabalho duro que precisa ser sistematizado.
  4. Definição dos Indicadores: No quarto dia, são criados o sol, a lua e as estrelas, que podem ser vistos como indicadores para o tempo e as estações. Lumiares para o dia e para a noite. Indicativos que qualquer processo criativo também precisa de indicadores para apontar alinhamento entre conhecimento, estrutura e método com o propósito. Os indicadores devem revelar e confirmar o propósito. São os indicadores que garantem alinhamento do propósito e, consequentemente, a autonomia para a execução.
  5. Execução: No quinto e sexto dias, Deus cria animais marinhos, aves, animais terrestres e, finalmente, o ser humano. Esta fase pode ser vista como a execução do plano de criação, povoando a terra com vida. Interessante observar como a execução só acontece a partir da definição do conhecimento, da estrutura e do método. Aliás, é interessante notar como os animais são criados a partir e se mantem com base na estutura e no método. Lembrete gentil de que devemos ter paciência e perseverança para “começar a executar” no momento certo, sem atropelar fases.
  6. Estabelecimento do Governo: A criação do ser humano à imagem de Deus, com a instrução de governar e cuidar da criação, poderia ser interpretada como o estabelecimento de um “governo” ou sistema de administração. Da mesma forma, em toda a criação, é necessário também, em algum momento, estabelecer governo. Em uma empresa, define-se gerentes. Para os filhos, dá-se autonomia. A criação só termina quando a criatura não depende mais funcionalmente do criador.
  7. Descanso: No sétimo dia, Deus descansa, o que pode ser visto como um ato de conclusão e celebração do trabalho realizado. Da mesma forma, também cabe ao processo criativo identificar um marco forte de conclusão da criação.

Metodologia e Abordagem

Este framework pressupõe a definição prévia de um propósito claro, que serve como guia para todas as etapas. O propósito não apenas direciona a criação de indicadores eficazes mas também assegura que todas as ações tomadas estejam alinhadas com os objetivos finais desejados. Esta abordagem orientada para o propósito destaca a importância de ter uma visão clara desde o início.

O metamodelo é melhor entendido como um ciclo iterativo, onde cada etapa é executada muitas vezes. A cada ciclo, o conhecimento se expande, levando a revisão da estrutura, dos métodos de trabalho, dos indicadores e dos mecanismos de governança.
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Aplicabilidade e Casos de Uso

A flexibilidade do metamodelo é evidente em sua aplicabilidade, variando de usos corporativos, como no desenvolvimento de processos empresariais e estratégias de consultoria, a aplicações mais pessoais, como na orientação para a criação de filhos. Em cada caso, o framework fornece uma estrutura robusta que promove a clareza de propósito e a eficácia na execução.

Benefícios e Vantagens

O metamodelo para criação oferece uma série de benefícios, incluindo:

  • Versatilidade: Aplicável a uma ampla gama de projetos e iniciativas.
  • Orientação Clara: Enfatiza a importância de um propósito bem definido.
  • Estrutura Sistemática: Oferece um caminho claro desde a concepção até a conclusão.
  • Avaliação de Sucesso: Permite a definição de indicadores alinhados com o propósito.

Vamos resumir

O metamodelo para criação é um framework estruturado em sete etapas, projetado para orientar a criação em diversos contextos, como empresas, processos internos ou educação de filhos. As etapas enfatizam a importância de um propósito bem definido como eixo central de qualquer iniciativa criativa. Inspirado nas narrativas de Gênesis 1 e 2 da Bíblia, o modelo sugere um padrão universal aplicável a diferentes objetivos de criação, tendo sido utilizado em projetos pessoais, empresariais e consultorias.

As etapas do metamodelo abrangem desde a definição do propósito e aquisição de conhecimento até a execução e o estabelecimento de um sistema de governança, finalizando com a celebração do trabalho concluído. Cada etapa é projetada para ser universalmente aplicável, independentemente do que está sendo criado, e o modelo encoraja uma abordagem iterativa, onde cada fase é revisitada para aprimoramento contínuo.

O metamodelo é aplicável a uma variedade de situações, tanto corporativas quanto pessoais, oferecendo uma estrutura que guia do início ao fim do processo criativo. A abordagem iterativa do modelo permite revisões contínuas, ajustando-se conforme o conhecimento se expande e as necessidades evoluem, garantindo que todas as ações permaneçam alinhadas com o propósito inicial.

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