Hoje de manhã, no táxi, me peguei tentando explicar algo sobre o Waze para a motorista.
No meio da explicação, percebi: ela já sabia.
Claro que sabia.
Constrangido, soltei:
“Olha eu, tentando ensinar a missa ao vigário.”
Ela riu — simpática, lúcida na minha falta de lucidez — e devolveu:
“Imagine, vivendo e aprendendo.”
Mas não parou aí.
“Parar de aprender é morrer por escolha”, ela disse.
E emendou:
“Aliás, todos aprendemos a morrer. Até os que não querem. E nessa aula, ninguém é reprovado. Todos morrem.”
Fiquei em silêncio. Embasbacado.
Aprendi.
Lembrei que todos morremos.
Mas, até lá, estamos aqui: vivendo e aprendendo.
E sim, vez ou outra, vou continuar ensinando a missa ao vigário.
Faz parte da aula.