Jeremias 35. Jerusalém desmorona. O templo já não segura ninguém. As alianças viram pó. No meio do caos, aparecem os recabitas. Gente simples. Nômade. Sem cidade. Sem luxo. Mas com algo que quase ninguém tem. Coerência.
Eles carregam um voto antigo. Não construíram casas. Não plantaram vinhas. Não buscaram conforto. Guardaram disciplina. Enquanto o reino inteiro perdia o rumo, eles mantinham o deles.
Jeremias oferece vinho. Eles dizem não. Não por moral. Por memória. Por fidelidade. Judá tinha pacto com Deus e quebrou. Os recabitas tinham pacto com um antepassado e sustentaram. Isso fala muito.
Deus usa a cena como espelho. A elite esquece a aliança. O povo do deserto lembra. Fica claro. Fidelidade não nasce do cenário. Nasce do hábito que você repete quando ninguém vê.
Há relatos de clãs nômades que ainda se dizem recabitas. A promessa dizia que essa casa não desapareceria. Curioso. A disciplina deles atravessou séculos. A glória de Jerusalém não.
E sobra a pergunta que corta. Quando tudo treme, o que fica em você. Qual é o compromisso que não desaba. O que você carrega quando o resto cai. Porque isso, no fim, é o que te define.